• Né - Portugal
  • Décédé en 1546 - Sao Tome

 Union(s) et enfant(s)

 Notes concernant l'union

MESTIÇAGEM, ESTRATÉGIAS DE CASAMENTO E PROPRIEDADE FEMININANO ARQUIPÉLAGO DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE NOS SÉCULOS XVI, XVII E XVIIIArlindo Manuel Caldeira*

O segundo caso quinhentista igualmente paradigmático é protagonizado por uma das figuras lendárias do arquipélago são-tomense, Ana de Chaves. Está associada à vaga de colonização da 1ª metade do século do século XVI e a sua presença em São Tomé foi tão marcante que deu origem a topónimos muito conhecidos como o da Baía de Ana de Chaves (onde fica a capital) ou o do pico com o mesmo nome (o mais elevado da ilha )21. Quase seguramente de origem europeia, talvez degredada, estava em São Tomé desde, pelo menos, 1535 e, tendo enviuvado de Gonçalo Álvares antes de 1546, já dirigia nesta última data o património familiar22. Pareceria provável que voltasse a casar mas não nos chegaram notícias de que isso tivesse acontecido. Em 1577, o seu único descendente sobrevivo, o neto Gonçalo Álvares de Chaves, que ela acarinha com particular afecto, é acusado junto do vigário geral da Sé, por práticas de feitiçaria e pacto com o demónio23. A denúncia, fundada em acusações mesquinhas ou absolutamente delirantes, mostra que Ana de Chaves tem inimigos entre os possidentes locais, o que não admira, mas o facto de o processo não ter tido, aparentemente, seguimento, é sinal de que continuava sólida a sua influência na ilha.

21 Ana de Chaves teve, pelo menos, uma trineta com o mesmo nome. Não sabemos que responsabilidade cabe a uma e a outra nesses topónimos e em outros aqui não referidos.

22 IAN/TT, Chancelaria de D. João III. Doações, livro 67, fls. 37v. - 38, Carta régia de 24 de Novembro de 1547.

23 IAN/TT, Inquisição de Lisboa, Livro 194, fls. 195-198.

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